O ego é seu inimigo: como saber se ele está contra você?

 / 21.07.2020

Uma das principais missões de um líder de uma organização é olhar para todas as métricas à sua frente e buscar compreender se existem processos a serem otimizados, custos a serem cortados e novos investimentos a serem feitos. E, muitas vezes, no meio de um furacão, como costuma ser o ambiente empreendedor brasileiro.

Grandes gestores são capazes de ler o que existe de mais importante entre siglas e números referentes a conceitos e métricas.

Compreender a complexidade de centenas de variáveis e saber projetar um plano de ação baseado em todas essas informações é o que vai facilitar o caminho da equipe em direção à missão da empresa e ao resultado que ela espera.

Eu gostaria, contudo, de chamar atenção para uma outra métrica. Uma que não está transmitida em planilhas e nem em relatórios enviados à diretoria: o ego.

O título deste texto faz referência ao do livro do autor norte-americano Ryan Holiday, em que ele demonstra, por meio de centenas de exemplos e reflexões, o quão destrutivo o ego pode ser para pessoas, carreiras e negócios.

Ego, nesse contexto, pode ser entendido como uma fé quase cega na própria importância. Achar que o mundo gira, ou deveria girar, em torno dos seus interesses e das suas opiniões. Um senso de superioridade.

Por vezes, ego pode ser confundido com autoconfiança. Em uma diferenciação simples, autoconfiança é construtiva. Tira da zona de conforto, faz acreditar que é possível superar desafios e impulsiona para frente, mesmo quando tudo ao redor parece desmoronar. O ego, ao contrário, é perigoso e destrutivo por fazer com que tenhamos uma visão distorcida de nós mesmos e das situações.

Já estive nos mais diversos contextos de negócios. Como colaborador, empreendedor e investidor. Já vi o ego inflado cegar pessoas com um potencial absurdo, mas que acabaram tropeçando na própria incapacidade em administrar sua personalidade e seus desejos.

Como pontos finais, duas ações são fundamentais para que você não deixe o ego causar cegueira e empurrar você para fora do seu caminho.

O primeiro é ter a consciência de que somos todos aprendizes. Achar que sabe tudo ou pensar que aquilo que você conhece é suficiente caracteriza uma postura egóica.

E a segunda ação é prestar atenção às histórias que você conta para si. O ego nos faz criar narrativas próprias, tão deterministas que o mundo parece ter que se adequar a elas, não importando o que os fatos nos apontem.

Considero o ego uma métrica porque é muito fácil cair nas armadilhas que ele impõe.

É tentador acreditar que somos mais importantes do que os outros, que deveríamos ter mais reconhecimento, que nosso nome deveria estampar todas as divulgações.

Assim como as KPIs, OKRs e CAC, é algo para termos em mente e para revisitarmos sempre quando pudermos.

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Allan Costa
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