Este é o primeiro artigo de uma série que pretendo escrever explorando um conceito poderoso: Equity.
Passei boa parte da minha carreira como executivo, antes de começar minha jornada empreendedora. Um conceito que conheci há anos, contudo, mudou completamente minha trajetória. Ele tem estado em alta no Brasil nos últimos anos, mas poucas pessoas ainda realmente pensam no conceito de forma prática.
Equity se refere a uma participação acionária em uma empresa.
Quando pensamos em carreira, é normal pensarmos no caminho tradicional: entramos em uma grande empresa, mostramos bastante trabalho, e, com o passar do tempo, se entregarmos resultados consistentes, se jogarmos o jogo corporativo com eficiência e se tudo der certo, chegamos a um cargo de diretoria, cheio de mordomias e benefícios.
Contudo, a verdade é que trocar suas horas por dinheiro é apenas um dos caminhos possíveis. E nem de longe o mais lucrativo. É claro, isso pode ser verdade para alguns casos excepcionais como estrelas do esporte ou artistas muito famosos. Outras profissões também podem ter profissionais que cobram bastante caro por sua hora. Contudo, mesmo nesses casos, os ganhos ainda estarão diretamente ligados ao número de horas investidas.
O caminho do Equity é para aqueles que querem descolar as horas trabalhadas dos ganhos. Uma das melhores formas de fazer isso é ter participação em uma empresa, o que pode significar, no fim das contas, sem tanta glamourização, criar o seu próprio negócio.
Minha trajetória segue este padrão: por anos troquei horas por dinheiro.
Nada de errado com isso: é uma forma de começar. Contudo, com o passar dos anos, procurei formas de alavancar minha carreira, e ter possíveis ganhos para além das horas de trabalho. Aí entram iniciativas como virar sócio e acionista de empresas como a ISH e a AAA Inovação, e de virar investidor anjo em dezenas de outras.
Simplesmente possuir participação em uma empresa não garante nada, é claro. Isso pode significar, em alguns casos, receber participação nos lucros da companhia. Contudo, essa não é a única opção.
Muitas pessoas tem participação em empresas não apenas olhando o eventual potencial de receber dividendos, por exemplo, mas sim buscando ganhos potenciais extraordinários em eventos de liquidez: futuras rodadas de investimento, venda da empresa, IPOs, e assim por diante.
Ter equity significa ter possíveis grandes ganhos.
E é claro, como tudo na vida, grandes ganhos significa também ter riscos maiores. Ter equity não é brincadeira e requer esforço e estudo para que seu investimento, seja de dinheiro ou de tempo, realmente faça sentido.
Nos últimos anos, a palavra entrou na moda aqui no Brasil e, como tudo que entra na moda, atraiu muitos aventureiros, atraídos pela possibilidade de ganhar dinheiro fácil. Isso não está nem perto de ser verdade no mundo do equity.
Equity não é um investimento para ganhos rápidos. Tem muito mais a ver com uma visão de longo prazo de construção de coisas. Como tudo na vida, é necessário trabalho duro, se sentir confortável com o risco e uma pitada de sorte.
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