“Seja seletivo e invista seu tempo naquilo que realmente vale a pena. E a partir daí, exercite sua liderança com decisões rápidas e firmes. Converse, ouça, informe-se, mas, sobretudo, decida!”
Muito se fala sobre o determinante papel dos líderes na sociedade em que vivemos. Líderes empresariais, comunitários, políticos, religiosos, não importa. O fato é que, a cultura do mundo ocidental aprendeu a reconhecer e muitas vezes, a idolatrar a figura do líder. Mas afinal de contas, do que são feitos tais líderes? O que diferencia pessoas “normais” dos chamados “líderes”?
Sempre tendo a acreditar que por trás de questões complexas é possível encontrar respostas simples (mas não simplistas). O fenômeno da liderança tem sido alvo de recorrentes estudos e intensos debates na academia e no mundo empresarial. Hoje sabemos que líderes não necessariamente nascem prontos, mas podem se desenvolver ao longo da vida. Sabemos que, muitas vezes, líderes são dotados de carisma acima da média, mas que este mesmo carisma pode ser substituído por aspectos como caráter, exemplos positivos, atitudes pró-ativas e coerência, entre tantas outras virtudes comumente associadas a líderes de sucesso. Mas no fim do dia, o que efetivamente diferencia os líderes está relacionado à forma como eles fazem as escolhas que devem ser feitas e à forma como estas escolhas se refletem na vida real. Por isto, em última análise, me arrisco a afirmar que a essência da liderança está diretamente relacionada a duas coisas: discernimento e capacidade de decidir.
Não há como ser um líder efetivo no mundo em que vivemos sem discernimento. É impossível para qualquer ser humano conseguir tratar de todas as questões que nos são apresentadas todos os dias, ao mesmo tempo. E, é evidente, quanto mais relevante a posição de um profissional numa organização, maior é a quantidade de assuntos trazidos diariamente à sua apreciação. Tentar lidar com tudo, ao mesmo tempo, só pode gerar stress, dispersão e decisões de baixa qualidade. Por isso, o discernimento torna-se uma característica absolutamente imprescindível. É papel indelegável do líder saber discernir entre o que é importante e o que é periférico e pode, portanto, ser delegado. Quais os assuntos realmente relevantes? O que é prioritário? Onde vale a pena investir tempo e energia? Onde é possível fazer, de fato, a diferença? São esses os temas que devem constituir a agenda do líder.
E então, finalmente, chegamos ao processo decisório. Não raro, ouço pessoas manifestando sua dificuldade para tomar decisões. Este é um sentimento deve ser encarado e trabalhado a fim de que se possa superá-lo. Muito pior do que tomar decisões equivocadas (e ter a chance de corrigi-las, quando necessário) é não decidir. Isto leva à chamada “paralisia por análise” e pode colocar a empresa e seus colaboradores num estado de letargia muito perigoso.
Pense nisso na próxima vez que sua mesa for abarrotada pela enxurrada de problemas e decisões a tomar. Seja seletivo e invista seu tempo naquilo que realmente vale a pena. E a partir daí, exercite sua liderança com decisões rápidas e firmes. Converse, ouça, informe-se, mas, sobretudo, decida! Tenho certeza que este exemplo de liderança efetiva repercutirá entre seus colaboradores e fará diferença nos resultados da sua empresa.
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