Ter grandes mentores é um dos grandes diferenciais competitivos para empresas e carreiras sobre o qual pouco ouvimos falar.
Ao longo da minha carreira (e da minha vida!) tive a sorte de ter inúmeros mentores que me influenciaram e, com o passar do tempo, passei para o outro lado e comecei a mentorar outros profissionais.
Tenho que reforçar o quanto esta é uma prática ainda subvalorizada em muitos meios. Um dos motivos talvez tenha a ver com a própria palavra “Mentoria”. Não raro, esse processo é equivocadamente associado a uma troca entre um aprendiz e um guru, com a segunda parte, frequentemente, colocada sobre um pedestal. Mas, definitivamente, não é essa a essência de um bom processo de mentoria.
Eu encaro esses encontros como conversas.
No fim das contas, elas não são nada mais do que um bom bate-papo. Uma conversa entre dois profissionais. Mas, é claro, com algum método e objetivos definidos. Por isso, trago para você algumas dicas para tornar esse processo mais produtivo.
A primeira delas tem a ver com a abordagem. Aqui, não existe segredo e é tudo mais simples do que parece: uma mensagem pode fazer maravilhas.
Alguns dos grandes contatos que fiz ao longo dos últimos anos vieram a partir de simples mensagens no LinkedIn. Para este primeiro contato, é importante deixar claro o porquê você admira aquele profissional e por que acha que a conversa de vocês poderia ser produtiva.
Perceba que este é um jogo de escala: é bem possível que boa parte das mensagens que você enviar jamais irão resultar em alguma coisa. Não por que os profissionais que você está tentando atingir sejam arrogantes ou algo assim – embora existam muito desse tipo por aí. Muitas vezes a mensagem acaba se perdendo, existe um grande conflito de agendas ou o profissional simplesmente não está em um momento ideal para mentorar alguém.
Por isso, é importante tentar abrir o máximo de portas que você conseguir. Mesmo que você jamais consiga conversar com nove dos dez mentores que você tentar atingir, um deles pode acabar valendo por todos os outros, pelo quanto essas conversas podem ser importantes.
Outro ponto de atenção é a relação entre mentorando e mentorado.
Novamente: É importante pensar nessas conversas exatamente como… conversas! Pergunte ao mentor sobre o seu background, sobre como ele enxerga o seu mercado de interesse, sobre suas principais dúvidas e assim por diante.
É importante também buscar mentores com backgrounds e perfis diversos. Procurar profissionais muito parecidos com você pode fazer com que você apenas valide aquilo em que já acredita. Se você faz isso, não está sendo realmente desafiado e estimulado a abrir a cabeça e pensar diferente.
Por fim, tenha clareza a respeito do que você está buscando.
Embora estejamos falando de apenas uma conversa, ela deve ser produtiva e focada, afinal, o tempo da maioria dos mentores é escasso e deve ser aproveitado da melhor maneira possível.
Não tente em um café de meia hora extrair todo o aprendizado de vinte ou trinta anos do seu mentor. Defina um ou dois pontos que, naquela conversa específica, é o que vai fazer mais diferença para você e coloque o foco ali. Escolha perguntas objetivas e você verá a diferença que isso faz. Quem sabe, esse mero café acabe se transformando em um divisor de águas na sua carreira e na sua vida.
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