Como superar tempos difíceis: a importância dos princípios

 / 16.06.2020

De tempos em tempos, nossas vidas, carreiras e empresas são sacudidas de forma drástica. Uma demissão. Uma situação difícil envolvendo um familiar. A perda de um cliente super relevante. Ou, uma crise sem precedentes, como a de 2008 ou a do novo coronavírus.

Nessas horas, recorremos às chamadas “boas práticas”. Lemos histórias de sucesso de empreendedores que superaram momentos incertos na história. Procuramos cases de empresas do segmento que nos interessa que passaram por situação semelhante. Ouvimos especialistas para tentar enxergar alguma luz no fim do túnel.

Mesmo assim, existem algumas circunstâncias para as quais não conseguimos encontrar respostas fáceis e prontas. Não importa a fonte onde busquemos, nada do que lemos ou ouvimos torna a decisão mais simples. Em casos assim, o norte deve ser outro, aquilo que considero mais importante: princípios claros que vão basear todas as nossas ações.

Nos últimos anos, por exemplo, temos ouvido empreendedores falarem a respeito da importância das pessoas. Afirmações como “sem as pessoas, o negócio não é nada” ou “são as pessoas a verdadeira razão de existir de uma companhia”. Por diversas vezes, frases como essas configuram muito mais um misancene do que uma crença sólida, palavras bonitas repetidas em entrevistas e comunicados, porém, vazias. A prova disso vem no primeiro revés, quando esses empreendedores parecem se esquecer da suposta importância das pessoas, em que afirmam acreditar, em questão de segundos.

Por que isso acontece?

Um belo discurso, com frases de impacto, nem sempre vem acompanhado de compromisso. É mais comum vermos empreendedores que sabem falar bonito do que os que tomam ações práticas, na hora em que o calo aperta, que condizem com aquilo que costumam defender. Essa postura coerente é para poucos.

Por isso mencionei antes a importância dos princípios. Eles devem ser a base decisória de todo indivíduo e de toda empresa. No Brasil, por exemplo, a Ambev construiu uma cultura organizacional estruturada em valores nítidos, que mantém os pilares de pé não importa o contexto. Meritocracia, comprometimento com resultados e atração de grandes talentos são algumas dessas pedras fundamentais que sustentam um negócio.

Quando tudo o mais está pegando fogo, quando não existem respostas fáceis, quando parece que a empresa está tateando no escuro, princípios devem funcionar como a luz guia.

Mas, é claro, é preciso cuidado ao escolher que princípios serão a base da empresa. Ter sucesso a todo custo pode ser um deles, contudo, sabemos que é um valor que pode conduzir os negócios por caminhos duvidosos.

Como escolhê-los então?

Reflita sobre os valores e os valide com pessoas de confiança. Invista tempo nessa decisão, afinal, guiar-se pelas decisões erradas pode ter consequências catastróficas para a empresa. Além disso, observe se há coerência entre o que é defendido pela empresa e as ações tomadas interna e externamente. Por exemplo? Líderes que gritam aos quatro cantos sobre meritocracia, porém, no final, acabam promovendo e oferecendo oportunidades a profissionais utilizando critérios pessoais.

Princípios fortalecem uma marca. Escolha-os bem e seja firme ao evocá-los.

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Allan Costa
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