No final das contas, as pessoas gostam de acompanhar outras pessoas. Hoje, grandes influenciadores têm muito mais poder de ditar comportamentos do que boa parte das marcas. E isso muda toda a dinâmica do mercado
A internet trouxe diversas revoluções e uma das mais fascinantes para o mercado de trabalho foi o poder de dar voz a praticamente todos. Pense na forma como empresas e marcas se comunicavam há 30 anos. Os principais canais eram rádio e televisão, que custavam muito para os padrões de pequenas e médias empresas e eram controlados por poucos intermediários.
Com a ascensão das grandes plataformas e mídias sociais, todas as empresas, independente do tamanho, ganharam um canal para construir uma audiência. E isso vai muito além das próprias marcas. Nas últimas décadas, vimos surgir, por exemplo, os digital influencers, pessoas físicas que são capazes de construir audiências e “influenciá-las” – seja lá o que isso signifique.
No final das contas, as pessoas gostam de acompanhar outras pessoas. Hoje, grandes influenciadores têm muito mais poder de ditar comportamentos do que boa parte das marcas. E isso muda toda a dinâmica do mercado.
Diante deste cenário, temos visto também o crescimento de outra tendência muito poderosa: executivos ou fundadores se tornaram figuras públicas fundamentais para seus negócios.
Partindo da premissa que pessoas querem acompanhar outras pessoas – muito mais do que marcas – faz sentido que executivos e fundadores coloquem cada vez mais tempo e energia em seus perfis pessoais, seja no Twitter, no LinkedIn, no Instagram ou em qualquer outra rede social.
É importante ressaltar que esta não pode ser uma questão de ego. Utilizar um perfil pessoal apenas para enaltecer os próximos feitos provavelmente não vai funcionar. Pessoas querem acompanhar outras pessoas justamente por causa do lado humano disso tudo: não somos seres perfeitos, ou seja, mostrar vulnerabilidades é uma forma poderosa de se conectar com outras pessoas.
Tirando a parte do ego, se esta estratégia for feita da forma correta, os ganhos podem ser bastante promissores.
Um dos pontos para os quais mais gosto de chamar atenção tem a ver com a atração de talentos. Um executivo ou fundador que saiba como construir uma audiência em seu perfil pessoal – mas sempre relacionando este perfil com a empresa – se transforma em um poderoso canal de comunicação dos valores da companhia e, por consequência, de atração de talentos que se identifiquem com aqueles valores. No Brasil, um executivo que faz este trabalho de forma excepcional é Guilherme Benchimol, da XP.
Além da atração de talentos, um fundador ou executivo ativo nas mídias sociais pode transmitir muito mais segurança para potenciais stakeholders, já que “dar a cara a tapa” diariamente para uma audiência online é, no final das contas, uma forma de accountability.
Por fim, investir no perfil pessoal é também uma poderosa forma de levar adiante um conceito bastante discutido na atualidade, conhecido como Build in Public.
Este conceito encoraja fundadores a compartilhar as etapas de construção de seus negócios com o público em geral, compartilhando não apenas conquistas, mas também os desafios e erros. Isso ajuda na construção da marca, atração de potenciais parceiros e clientes e claro, na humanização do fundador.
Deixe um comentário