A Exponencialidade do Conhecimento, das Experiências e das Conexões

 / 26.09.2019

Em alguns dos meus textos anteriores aqui no blog, me dediquei a refletir e a tentar desmistificar algumas coisas que tenho notado nos últimos tempos. Falei, por exemplo, sobre a Modinha do Propósito e a Febre dos Gurus e Especialistas

Hoje, gostaria de trazer uma reflexão um tanto diferente. Algo que, acredito eu, realmente muda a forma como enxergamos as coisas. E não, não se trata de uma fórmula mágica. Quem me conhece sabe que não tenho muita paciência com esse tipo de coisa. Estamos falando de algo concreto, mas que leva tempo, consome nossa energia e requer não ter medo de tomar porrada. Mas tenha certeza, vale a pena. 

Você provavelmente já ouviu falar do conceito de exponencialidade, certo? Ele tem sido usado nos últimos anos principalmente em contextos relacionados ao mundo dos negócios e das startups. Levando em conta a exponencialidade no contexto tecnológico, observamos, por exemplo, a Lei de Moore, cunhada em 1965 e que dizia que o número de transistores colocados em um chip dobravam a cada 18 meses, se tornando cada vez mais baratos e velozes. 

Isso fez com que o poder da computação crescesse de forma absurda em poucas décadas. Passamos de computadores gigantescos, que ocupavam andares inteiros, para smartphones capazes de realizar as mais diferentes funções. 

De forma simples, um crescimento exponencial é tão poderoso porque não segue a lógica linear. A lógica linear segue, claro, adições lineares a uma determinada função, isso é, 1 se transforma em 2, 2 em 3, 3 em 4 e assim por diante. 

Por outro lado, um crescimento exponencial significa que 1 se transforma em 2, 2 em 4, 4 em 8, 8 em 16 etc. 

Percebe a diferença?

Agora, fugindo um pouco das ideias mais difundidas sobre exponencialidade, gosto de pensar que elas está presente não apenas no mundo da tecnologia ou dos negócios, mas também em instâncias menos óbvias de nossas vidas. 

Creio que muitas pessoas enxergam suas carreiras ou o conhecimento que adquirem de forma linear. 1 para 2, 2 para 3, 3 para 4 etc. 

Trabalharei em determinado local? Isso será importante pois tocarei determinada área. 

Farei determinado curso? Isso será importante pois aprenderei determinada habilidade. 

Irei a determinado evento? Legal, isso fará com que eu conheça profissionais de determinado segmento. 

Isso tudo é verdade. Contudo, hoje, depois de tantos livros lidos, locais visitados e eventos acompanhados, vejo que nosso conhecimento, experiências e conexões que fazemos progridem de forma exponencial, não linear. 

As pequenas experiências de trabalho que temos quando jovens…

Os diferentes locais que visitamos ao longo dos anos…

Os livros que lemos conforme crescemos…

Muitas vezes, encaramos momentos como esses apenas como “um ponto a mais”, pois visualizamos o nosso progresso como uma escala linear. Apenas mais uma experiência, apenas mais um local, apenas mais um livro. 

Contudo, existe algo nisso tudo que poucas vezes percebemos: As conexões que fazemos entre essas diferentes experiências. Aí está a diferença. Quanto mais lugares diferentes que conhecemos, eventos que frequentamos e livros que lemos, mais conexões entre eles nós somos capazes de fazer, abrindo ainda mais nossa cabeça. Por isso é tão importante que busquemos as mais diferentes experiências, nos mais diferentes contextos. Lembra da frase de Steve Jobs?

“Você não consegue conectar os pontos olhando para frente. Você consegue conectá-los apenas olhando para trás”. Bom, é mais ou menos por aí. Quando lemos um livro, ele não entra em uma caixinha no nosso cérebro e fica lá, disponível. Os conhecimentos que extraímos dele são conectados com todas as outras experiências que já tivemos. E essas conexões geram novos conhecimentos. 

Já fundei empresas, já estudei em Harvard, já escrevi livros. Já estive em incontáveis eventos e em mais de 50 países. Todas as pequenas experiências que já tive moldaram o que sou. E não penso, de forma alguma, em parar. 

Se precisasse dar um conselho a todos aqueles que ainda tem dúvidas sobre como podem progredir em suas carreiras, creio que ele estaria relacionado a tudo o que expus aqui. Jamais pense naquele emprego, curso, evento, livro, viagem ou experiência apenas como um emprego, curso, evento, livro, viagem ou experiência. Permita-se explorar tudo isso e abra a mente para as conexões que você pode fazer. 

Nossas experiências não crescem de forma linear. Elas são exponenciais. Quanto mais cedo e quanto mais você se inserir em diferentes contextos, melhor. 

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Allan Costa
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