A Comunicação e Construção de Cultura no Pós-Pandemia

 / 02.03.2021

A comunicação escrita, por ligação e por vídeo são suficientes para resolver praticamente quaisquer problemas de negócio que apareçam. O que ainda estamos descobrindo é como romper a barreira da construção de confiança a partir do online.

A pandemia trouxe mudanças profundas na forma das empresas se comunicarem. A prática do home office, por exemplo, veio com desafios importantes ligados à gestão de equipes e ao exercício da liderança. Por isso, um bom questionamento para o momento que atravessamos em nossas carreiras e nossas empresas é: como a comunicação influencia a cultura da empresa?

Na minha visão, essa é uma jornada de descoberta que está apenas começando. Muitas empresas fizeram mudanças drásticas de processos para incorporar novas formas de comunicação. Mas não é simples.

Uma coisa é construir uma cultura baseada em home office desde o primeiro dia da empresa, com práticas e comportamentos desde sempre orientados a essa realidade. Outra, bastante diferente, é transformar uma cultura fundamentada em relações pessoais e na interação entre seres humanos, adequando-a a essa nova realidade.

Primeiro, é necessário distinguir algumas das principais formas de comunicação que usamos no dia a dia de nossas empresas.

A comunicação escrita é excelente para o compartilhamento de informações ou ideias. Chamadas telefônicas ampliam as possibilidades, incluindo entonação e alguma emoção, possibilitando feedbacks em tempo real.

O próximo passo, o vídeo, adiciona expressões faciais, algum nível de olho no olho e torna possível interagir de forma síncrona com várias pessoas ao mesmo tempo.

Por fim, a comunicação pessoal e presencial, é uma forma poderosa de construir confiança, conexões e respeito a partir da escuta ativa.

Esse, talvez, seja o maior benefício de encontros presenciais.

A comunicação escrita, por ligação e por vídeo são suficientes para resolver praticamente quaisquer problemas de negócio que apareçam. O que ainda estamos descobrindo é como romper a barreira da construção de confiança a partir do online.

Sou um entusiasta do home office e acredito fortemente que ele traz ganhos imensos de produtividade e, potencialmente, bem-estar dos colaboradores. Mas mesmo com todos os benefícios, a construção de cultura continua sendo um desafio.

Muitas companhias ainda estão em processo de descoberta sobre quais processos e ferramentas são ideais para construir culturas fortes nesse novo mundo.

Como garantir que as mudanças trazidas pela pandemia não tenham sido apenas temporárias? Como construir uma comunicação eficiente sem ter todos os colaboradores no mesmo lugar? Como construir uma cultura forte baseada em comunicações e ferramentas assíncronas?

Essas são perguntas ainda em aberto e, sinceramente, não acredito que já existam “respostas certas”. Por isso utilizei a expressão “descoberta” ao longo deste artigo. Essa é uma jornada de tentativa e erro, de novas formas de comunicação, de novas ferramentas e de novos processos.

Usando aqui minha experiência, tenho procurado adotar o seguinte critério: encontros presenciais quando construção de confiança e reforço de cultura e rituais são necessários. Ligações e videoconferência quando tratamos os temas cotidianos ligados a projetos, tarefas ou resolução de problemas de baixa ou média complexidade. E, por fim, a escrita é a forma escolhida para troca e nivelamento de informações onde uma mensagem mais rápida é efetiva, sem a necessidade de muito debate.

Perceba que isso é o que tenho tentado e, como mencionei, a efetividade dessa escolha somente será conhecida a posteriori. Todos estamos em processo de descoberta. Em alguns anos, colheremos os frutos de todos os testes e experimentação feitos no pós-pandemia. Mas,  até lá,  não há caminho possível a não ser tentar. E sem medo de errar.

E na sua realidade e na sua empresa, como tem funcionado a comunicação e como isso tem afetado a construção de cultura? Quais boas práticas e processos você tem adotado?

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Allan Costa
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