Não se esqueça dessas premissas. Porque, se aplicadas com verdade, irão se converter em uma liderança eficiente que levará ao crescimento de qualquer tipo de organização.
Ao longo da minha carreira estive, por diversas vezes, em posições de liderança, gerindo times de dezenas, e até mesmo de centenas, de pessoas. Saber o que faz um líder ser bom para a equipe e para a organização sempre foi uma pergunta que me fascinou.
Quando converso com profissionais, empreendedores e empreendedoras, aprendo com cada um deles sobre suas visões de liderança e como colocá-las em prática.
Porque no mundo dos negócios não existem fórmulas. O que funcionou muito bem durante décadas para uma empresa, pode não funcionar para outra.
Os padrões de gestão de um determinado líder talvez sejam um desastre para outro. Contudo, existem premissas que podem ser adotadas por qualquer pessoa e que oferecem uma base sólida para uma liderança perene e eficaz.
Trago aqui 4 lições para novos líderes, mas que profissionais mais experientes também deveriam ouvir. Eu mesmo revisito essas lições de tempos em tempos. Vamos a elas:
1) Não queira mudar tudo
É comum queremos mudar muita coisa e mostrar serviço logo quando ganhamos mais responsabilidades e um time para gerir. É um instinto quase natural.
Por vezes, passamos anos esperando para poder dar as cartas do nosso jeito e colocar diversas ideias reprimidas em prática, mas esse processo exige cautela. Toda empresa, seja de que tamanho e de que ramo for, é um organismo vivo. É um sistema complexo onde milhares de pequenas variáveis interagem entre si, com diversos processos já definidos, que funcionam de forma quase orgânica.
Assumir um cargo de liderança e querer modificar tudo, a todo tempo e de forma muito rápida será muito mais prejudicial do que benéfico, principalmente porque mudanças em organizações não envolvem apenas ferramentas, mas, acima de tudo, pessoas. Elas são o componente mais fundamental e delicado de toda a equação.
Em vez de mudar tudo em pouco tempo, é mais saudável começar com pequenas vitórias. Vá ganhando confiança em você mesmo como líder e, por consequência, a do seu time. Assim, quando o momento de grandes mudanças chegar, tudo parecerá azeitado para o resultado que você espera.
2) Não construa um castelo em torno de si
Essa é uma lição que extraí vendo a situação se repetir dezenas de vezes ao longo dos anos: Um profissional super competente ganha um cargo de liderança e, então, passa a se isolar.
A liderança traz consigo diversos desafios. Um deles é impedir que você mesmo acabe encastelado, distante do resto da equipe, dos clientes, dos processos.
Meu conselho aqui é simples, direto e muito mais poderoso do que parece: converse, converse, converse. Tanto com clientes quanto com funcionários. Um líder que se isola é um líder que, pouco a pouco, perde a confiança das pessoas e o contato com clientes. Taí a receita perfeita para o desastre.
3) Conheça as expectativas
Uma coisa que não vejo praticamente nenhum líder fazer é balizar expectativas com aqueles que irão trabalhar ao seu lado. Muitas vezes, uma conversa de dez minutos já resolve boa parte do problema.
O grande foco aqui é saber o que a equipe espera, quais devem ser os grandes direcionamentos e como o líder e o resto do time podem trabalhar para que os objetivos em comum sejam atingidos.
4) Empatia
Por fim, mais uma palavra da moda que entrou no mundo dos negócios, mas que quase sempre é repetida de forma superficial e pouco do que é falado é colocado em prática.
Muitos líderes acreditam que o modelo de gestão em que há empatia se baseia em “falar, falar e falar”. A empatia e a liderança neste século, contudo, tem muito mais a ver com “ouvir, ouvir e ouvir”.
Ouvindo de forma ativa e se importando de modo genuína com colaboradores e parceiros, é que um líder é capaz de inspirar e colocar todos remando em uma mesma direção.
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