Os Líderes do Futuro

 / 05.09.2019

Na semana passada falei sobre a mudança do papel dos líderes nas empresas. Se você ainda não leu, clique aqui

Naquele artigo, falei como o mundo dos negócios se transformou e, como consequência, os líderes precisaram mudar. Eles passaram de gatekeepers e donos de todas as respostas para grandes questionadores e inspiradores. 

O líder das empresas do século XXI devem, sobretudo: Inspirar os colaboradores em torno de uma grande missão comum, abrir espaço para novas iniciativas e novos talentos e fazer as perguntas certas. 

Hoje, proponho novamente uma reflexão sobre liderança, mas dessa vez, olhando para o futuro. Olhar para o futuro sempre fez parte da minha vida, desde muito jovem, ouvindo meus pais falarem da importância da educação, até o momento em que fundei o AAA, junto aos meus amigos Arthur Igreja e Ricardo Amorim, buscando justamente ajudar empresas e profissionais em vislumbrar as mudanças que já estão acontecendo. 

O que o líder do futuro precisará ter? Quais serão as suas características essenciais? Decidi traçar algumas características que, acredito, serão imprescindíveis para os líderes daqui para frente. 

É importante notar que muitos dos grandes líderes atuais JÁ POSSUEM algumas dessas características. Separei 5 características essenciais para os líderes do futuro. Vamos a elas:

1) Amplo domínio da tecnologia

Começando por uma das mais óbvias e, ao mesmo tempo, mais paradoxais. Se vivemos em um mundo tecnológico, aqueles que dominam a tecnologia, dominam todo o resto. O grande ponto é que, para o líder do futuro, não será essencial que ele seja um programador genial ou um pleno especialista em Inteligência Artificial. 

Contudo, ele DEVE conhecer o máximo possível sobre tecnologia, as últimas descobertas e o que cada uma delas pode significar para sua vida e o seu negócio. Note que o termo aqui é “amplo domínio” e não “profundo domínio”. 

Um amplo domínio das tecnologias vigentes e emergentes e os conceitos e mudanças de comportamento das pessoas em relação a elas são características fundamentais para os líderes do futuro. Isso significa conhecer as mais diferentes tecnologias e suas (possíveis) aplicações. 

Só assim eles poderão liderar suas equipes e empresas diante das rápidas mudanças tecnológicas. 

2) Esquecer o Not Invented Here

A clássica premissa de negócios Not Invented Here estabelece que empresas e profissionais não devem buscar informações, produtos e pesquisas para além das fronteiras da empresa. 

Isso pode parecer algo ultrapassado, mas por muito tempo foi uma regra para a maioria dos negócios. As companhias acreditavam que, para que fossem bem-sucedidas, deveriam se fechar ao máximo dentro de suas próprias fronteiras, escondendo seus números, processos e produtos. 

Isso já vem mudando de algumas décadas para cá e essa tendência irá continuar com bastante força daqui para frente. A colaboração só irá crescer. 

Não é à toa que o conceito de Inovação Aberta, por exemplo, têm crescido tanto nos últimos anos. O líder que achar que “o que não foi inventado aqui” não pode ser usado está fadado ao fracasso. 

O líder que for aberto a parcerias, a trazer outros players e talentos para o seu ecossistema, estará à frente dos demais. 

3) Mais “carimbos no passaporte”

Aqui, trago a visão de Alec Ross, autor de The Industries of the Future. Em determinado momento do livro, Ross diz que “(…) em um mundo cada vez mais virtual, nunca foi tão importante ter o maior número possível de carimbos no seu passaporte”. Eu não poderia concordar mais. 

Na verdade, trago uma visão ainda mais ampla do que “carimbos no passaporte”. A frase, ao meu ver, tem a ver não apenas com os países que uma pessoa já visitou, mas com todas as experiências pelas quais ela já passou. 

Acredito fielmente que todos somos resultado de nossas viagens, nossas leituras, nossas dores, erros, acertos. Nossos contextos e como reagimos a tudo isso. Dessa forma, para os líderes do futuro, ter diferentes vivências, em diferentes contextos, com pessoas, culturas e jeitos dos mais diferentes tipos será essencial em um mundo que mudará ainda mais rápido e que terá tantos contextos diferentes acontecendo ao mesmo tempo. 

Mais “carimbos no passaporte” será fundamental. 

4) Lifelong Learners

Talvez, essa história toda de aprendizado para a vida toda se torne mais uma buzzword daqui alguns anos (assim como inovação e marketing digital). 

Mesmo assim, acredito fortemente que os líderes do futuro serão Lifelong Learners. Homens e mulheres que JAMAIS irão parar de aprender. Estarão sempre se colocando em uma posição de humildade em relação àquilo que NÃO SABEM, buscando aprender algo novo a cada dia. 

No futuro, talvez, SABER o que você NÃO SABE e o que fazer em relação a isso será uma das habilidades mais importantes para qualquer pessoa. 

Alguns dos líderes mais emblemáticos de ontem e hoje já são Lifelong Learners. De cabeça, consigo citar Jack Welch (GE), Satya Nadella (Microsoft) e Jorge Paulo Lemann (3G).

5) Mais humanidade do que nunca

Em um mundo onde a tecnologia será quase como o ar que respiramos, talvez a característica mais essencial para o líder do futuro seja ser… humano. A figura do líder empresarial déspota recheou as histórias e os livros de negócios no século XX. 

Os líderes do futuro serão aqueles que abraçarem a sua humanidade, mesmo com toda a tecnologia disponível. 

Robôs, inteligência artificial, realidade aumentada, realidade virtual, computação quântica… Nada disso substituirá o olho no olho, o aperto de mão e o abraço. O carinho, uma palavra de bondade e o toque. 

O líder do futuro deverá ser humano. Acima de tudo. 

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Allan Costa
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